Glossário de estilos musicais Góticos e Darkwave


Na árvore genealógica que ilustra este artigo, há alguns rótulos não oficiais, usados apenas para organizar uma listagem on-line. O foco desta árvore é a formação dos estilos gothic/ darkwave/pós-punk e "parentes" mais próximos. Obviamente, se o foco fosse a formação de outros estilos, estes estariam no centro e mais detalhados.
Abaixo, comentamos, alguns mais longamente que outros, os seguintes rótulos/estilos:

01 - Glam Rock
02 - Krautrock
03 - ColdWave
04 - New Wave e French New Wave
Neue Deutsche Welle
05 - Pós-Punk
06 - Industrial
07 - E.B.M.
08 - Darkwave
09 - Gothic e Gothic-Rock
10 - New Romantic
11 - Death-Rock e Horror-Punk
12 - Ethereal e Ethno
13 - Medieval
14 - Trip-Hop e Trip-Goth
15 – Synth-Pop
16 – Futurepop

Notas:

CBGC
Importante clube noturno de NY na década de 70. Costuma-se chamar geração CBGC de 1975 as bandas proto-punks (proto-pós-punks na opinião de alguns) que tocavam nos palcos desta casa neste ano: Talking Heads, Patty Smith Group, Television, Blondie, Richard Hell and The Voidoids, Ramones e muitos outros que foram precursores do que poucos anos depois seria chamado de Punk, Pós-Punk e New-Wave.

Geração 68
1968 foi um ano que a juventude do mundo ocidental saiu as ruas em busca de mudanças culturais. Isso refletiu na criatividade musical deste período. De 1967 a 1970 se tornam conhecidos vários artistas que influenciaram diretamente o que posteriormente foi chamado de Gótico, Pós-Punk e Darkwave: Iggy Pop & The Stooges, The Doors, Velvet Underground, Nico, John Cale, David Bowie e Leonard Cohen, ente outros.


1 - Glam Rock
Tecnicamente, o Glam Rock existiu de 1970 a 1975. Mas sua influência pode ser notada até hoje. O estilo se caracteriza por uma temática Hedonista-Decadentista, Androginia, um Rock básico ou recheado de experimentalismo, muitas vezes considerado Proto-Punk, mas também havia lugar para muito lirismo, folk, cabaret e poesia. Exemplos: T-Rex, New York Dolls, Iggy Pop & Stooges, David Bowie, Lou Reed, Roxy Music, Sweet, Slade, Gary Gltter.
O Glam-Rock influenciou diretamente o Pós-Punk e o Gótico, tanto na musicalidade como em sua temática e abordagem, sendo que muitas das primeiras bandas góticas pareciam e soavam muito como bandas Glam (Bauhaus e Specimen).


2 - Krautrock
Krautrock é o nome que se dá ao experimentalismo no Rock alemão de aproximadamente 1969 a 1977. Este experimentalismo mistura Rock, Psicodelia, música experimental eletrônica, minima- lismo, proto-industrial, e música erudita moderna experimental, jazz e todo o mais que se possa imaginar. O movimento influenciou tanto a música Industrial, como as tendências eletrônicas, assim como as varias tendências pós-punk e new wave, além do synth e EBM.
Exemplos: Throbbing Gristle (considerada a primeira banda Industrial), Kraftwerk (que influen- ciou quase tudo que se conhece em termos de música eletrônica), Can, Neue, Tangerine Dream, Faust, etc.


3 - Coldwave
O termo "cold wave" foi criado para definir uma linha musical eletrônica, levemente dançante e minimalista que tinha teclados frios (ta aí o porquê do nome), densos e batida arrastada/marcada. Podemos citar Gary Numan como sendo o pai dessa corrente, seguido de John Foxx (Ultravox).
A coldwave ganhou um aliado mais "rock" que vinha do norte da Inglaterra: Joy Division que por sua vez inspirou dezenas de bandas entre elas o Crispy Ambulance, Danse Society, The Wake (UK – não tem relação com o selo americano Cleópatra), The Names (Bélgica), Fra Lippo Lippi (Noruega – apenas em seu primeiro álbum).
Já na França o termo coldwave também serve para se referir a qualquer banda que faça parte de sua cena obscura (Kas Product, Trisomie 21, OpeRa Multi Steel, Norma Loy, Guerre Froide, Little Nemo, Baroque Bordello) seja ela mais "death rock" ou mais etérea. Isso pode ser comprovado em um recente livro que fala da cena européia com o título de Generation Extríme - 1975-1982, du punk a la cold wave, de Frederic Thebault. A cena francesa foi realmente uma cena de dar gosto e tardiamente e postumamente seus talentos vêm recebendo os créditos.
Tirando seu lado meio "progressivo", sem dúvida que o Krautrock influenciou o povo da coldwave, assim como diversas tendências eletrônicas e minimalistas surgidas na metade dos anos 70. Sem contar que foi fundamental para algumas criações de Brian Eno; o mestre que moldou o som de David Bowie em sua "fase alemã".
(Por Heltir)

A trilogia formada pelos discos Low, Lodge e Heroes reflete muito bem os sentimentos esquisitos da Berlim daquela época. No final dos anos 70, suas ruas ainda viviam atormentadas pelos estilhaços da Guerra Fria (cujo fracasso de ambos os lados se refletia no descrédito de resultados da Corrida Espacial e de eternas ameaças nucleares) e da cortina de ferro instalada pelos regimes comunistas na Europa Oriental.
Havia ainda o muro da vergonha, que dividia a cidade em duas e isolava a parte oeste de toda a Alemanha Oriental ao redor. A falta de perspectivas e o isolamento "entre quatro paredes" fizeram a dupla Bowie/Eno criar – sobretudo em Low – texturas sonoras que eram descritas como "um deserto futurista congelado por sintetizadores". Nascia ali o embrião do gênero que viria a ser conhecido por coldwave ou a facção mais fria, robótica e apocalíptica do pós-punk. Não por acaso, o Joy Division tiraria seu primeiro batismo (Warsaw) de faixa de abertura do lado B de Low.
(Por Abonico R. Smith)

Além de Gary Numan e Ultravoxx, também Cabaret Voltaire, a "fase Faith" do The Cure, Kraftwerk, Cocteau Twins e Dead Can Dance, e algumas fases de Siouxsie and The Banshees também são citados como Coldwave. Mais tarde o termo Darkwave é aplicado à algumas tendências influenciadas por esta estética.
(Por Kipper)


4 - New-Wave e French-New Wave
Um dos rótulos mais incompreendidos que existe é New-Wave, também porque o rótulo acaba se tornando abrangente demais. A grosso modo, quando o rótulo Punk se esgotou em 1977, as coisas mais "normais" eram chamadas de New-Wave, e as mais "alternativas ou experimentais" de Pós-Punk. Pra complicar, algumas bandas dos dois grupos eram encaixadas também como Góticas.
A versão mais reproduzida sobre a origem do nome é que ele vem de French-New-Wave, um movimento de renovação do Cinema Francês da década de 60, representados por cineastas como Jean Luck Godard, François Truffaut, etc. Esse movimento é chamado em francês de Nouvelle Vague (nova onda). Os filmes costumam ser sombrios, existencialistas, mas irônicos, usando de muito simbolismo e abordando a alienação social e psicológica do indivíduo.
Na música pop, no final anos 70 para o começo dos 80, o New-Wave começou a ser usado para designar as bandas que haviam começado em 1974/75 como Punk, mas depois seguiram um caminho experimental variado e temáticas e abordagens às vezes semelhantes ao movimento de cinema citado acima. Exemplos: Talking Heads, Patty Smith, Television e outros da cena de Nova York. Na Inglaterra, bandas como The Cure e Siouxsie and The Banshees eram consideradas tanto New-Wave como Pós-Punk e Góticas. Ao mesmo tempo em que bandas como Soft-Cell e Devo e outras ligadas ao Synth-pop e minimalismo musical.
O movimento New-Wave, depois permaneceu, porém de forma alguma se resumia à "um povo com roupa colorida que dançava para os sintetizadores". Temos ainda a versão francesa do Movimento musical New-Wave, a French-New-Wave (algumas bandas sendo chamadas também de Coldwave). Parte destas bandas influenciou o que depois chamaríamos, no começo dos anos 90, de Darkwave. Então, às vezes, o rótulo Darkwave é usado retroativamente para classificar estas bandas. Exemplos: Kas Product, Opera Multi Steel, Trisomie 21, Collection D'Arnell Andrea.
Evidentemente estas bandas acima tiveram influências como Cocteau Twins e outros experimentos que também influenciaram toda a música dos anos 80. Pelo caminho da música erudita experimental, entram tanto a eletrônica como sonoridades folk e tribais.

Neue Deutsche Welle (NDW)
Na Alemanha temos a Neue Deutsch Welle (NDW - Nova onda Alemã - German New-Wave), que possuia um lado mais experimental, e outro mais comercial. Do lado mais experimental é comum listar bandas que encontramos também catalogadas como Industrial ou Góticas: Malaria, X-Mal Deutschland, Einsturzende Neubauten, etc. Do lado mais comercial: Falco, Trio, Spyder Murphy Gang, Nena, etc.
Definitivamente, uma música de temáticas "Noir", mas com abordagem pós-punk usada com elementos eletrônicos.

Obs: Assim, considerando todas as variantes do uso desses rótulos, fica mais fácil entender a mistura desde os anos 80 entre o público e som Gótico, Darkwave e New-Wave nas casas noturnas paulistanas chamadas de "góticas".


5 - Pós-Punk e No-Wave
Não vamos entrar em detalhes da história do Positive Punk aqui. Do ponto de vista do Gótico, basta saber que de 1979 a 1983, entre as muitas bandas consideradas Pós-Punk e Positive-Punk, algumas eram ao mesmo tempo chamadas de Góticas. Das bandas Pós-Punk, algumas eram chamadas de Coldwave em alguns países. Mas o termo Coldwave é bem menos difundido que os demais.
Na cena que seria chamada de Gótica, os rótulos competiram, até que de 1983 para 1984 o termo Gótico se fixa totalmente, ao mesmo tempo que as características e conceitos do que seria chamado de Gótico, a partir deste ponto, também se estabilizam e se fixam.
O Pós-Punk definia um leque grande de estilos, com base comum nos princípios do minimalismo, experimentalismo e outros comuns ao punk, o glam-rock, new-wave, NDW, Industrial, synth e o punk-glam. A abordagem era diferente do punk: mais introspectiva, onírica, sensível e irônica mas sem perder a ironia e o humor-negro. A temáticas eram variadas, usando de todo repertório Pop como metáfora para comentar questões cotidianas.
Exemplos de Bandas consideradas tanto Góticas como Pós-Punk: Bauhaus, Alien Sex Fiend, The Damned, Sex Gang Children, Malaria, The Cure, X-Mal Deutschland, Siouxsie and The Banshees, Birthday Party, Nick Cave, Specimen, Joy Division, etc.
Resumindo, podemos dizer que a partir de 1983 o termo Gothic se fixa, sendo aplicado também retroativamente. Outros rótulos se fixam e são aplicados retroativamente também. No-Wave é mais ou menos o Pós-Punk Norte Americano de NYC. Bandas: DNA, Mars, Lydia Lunch.


6 - Industrial
O termo Industrial teria sido sugerido pelo músico e performer Monte Cazazza: "música industrial para pessoas industriais". A idéia era uma "não-música" que satirizasse o mundo industrializado. Influenciados por experiências feitas na música erudita experimental ao longo do século XX, um dos resultados foi o Industrial que surgiu em meados dos anos 70, sendo a banda Throbbing Gristle considerada uma de suas criadoras (ao lado de Monte Cazazza). Industrial constituía em buscar fazer algo musical sem melodia ou mesmo sem instrumentos, usando de objetos cotidianos e/ou industrializados. As sonoridades podiam tanto ser extremamente delicadas como totalmente perturbadoras e agressivas.
Em 1980, surge um dos ícones do industrial, a banda alemã Einsturzende Neubauten. Com o tempo, bandas vão mesclando o estilo com outros, e surge o Industrial-Rock, como o caso da banda Nine Inch Nails, que ainda guarda bastante ligação com o estilo original.
Mais recentemente, ao longo dos anos 90, se popularizou um estilo chamado Industrial, com muitos elementos de Metal, mas que não tem mais quase nada da experimentação do Industrial original. Mas ainda podemos encontrar bandas que fazem hoje um som Industrial mais tradicional.
Outras bandas básicas do estilo original, também importantes para EBM e Synth: Cabaret Voltaire e Clock DVA. Originalmente Influenciados pela música experimental de eruditos como Stockenhausen, hoje é difícil imaginar, mas as raízes do experimentalismo do Industrial influenciaram também as inovações do Rap e do Hip-Hop original. Quando em 1982 África Banbaata "sampleia" o Kraftwerk e inventa o Electro, (em Planet Rock) é apenas o círculo da história que se fecha.


7 - E.B.M. (Eletronic Body Music)
A EBM é outro dos estilos surgidos do experimentalismo eletrônico dos anos 70, guardando sempre grande intercâmbio com o Industrial e gerando subgêneros. O maior ícone é a banda Front 242. Outras são Nitzer Ebb, Klinik, Neon Judgement, Skynny Puppy, Front Line Assembly, Leather Strip, Wumpscut, Hocico, etc. Muitas bandas são classificadas também como Industrial.
(Por Kipper)

Atualmente, costuma-se chamar a EBM "antiga" por "Old-School" EBM pela diferença que há entre sons mais antigos e novos. Difícil dizer com precisão quando termina a EBM old-school cronologicamente; mas a grosso modo, isto compreende um período que começa em 1982 (embora algumas bandas sejam anteriores a essa data), com o lançamento de um dos primeiros cd’s da banda Front 242 (Geography). Sonoricamente, a E.B.M antiga é bem mais semelhante à música industrial da época do que a atual (com o tempo o som foi evoluindo sofrendo influências de vários outros gêneros).
Bandas conhecidas de EBM antigo, entre outras: Front 242, Die Krupps, Nitzer Ebb, A split a second, The Neon Judgement, entre outras. EBM "Old-School" é mais usado como um termo musical, pois ainda existem bandas que fazem tal som, conservando aspectos mais, digamos assim, "puros", dos primeiros dias da Eletronic Body Music. No começo dos anos 90, algumas bandas de EBM começaram a "puxar" elementos do synthpop, fazendo um som mais pop, mais fácil de se ouvir e de se vender também: o Futurepop.
Existe o que algumas pessoas chamam de Harsh EBM (ou Terror EBM, Agrotech). Isso denomina uma variante da EBM que surge no começo dos anos 90, mas não se populariza até a metade dele. Harsh EBM, como o nome já diz, é a variante pesada da EBM nos dias atuais, batidas distorcidas, sintetizadores ácidos e vocais as fora de melodia, agressivos e também, claro, distorcidos; com letras pesadas e não muito otimistas que fazem uma melodia (ou não) bem caótica. As principais bandas desse gênero são: Suicide Commando, Unter Null, Grendel, Waldgeist, Tactical Sekt.
(Por Daniel Calvo)


8 - Darkwave
Este é um dos rótulos mais controversos. Existem pelo menos três significados mais difundidos para Darkwave:

a) No começo dos anos 90 a gravadora norte-americana Projekt começou a usar o termo DarkWave para definir seu catálogo. Como esse catálogo incluía muitas bandas similares à Cocteau Twins, Dead Can Dance, Industrial clássico e sonoridades Ethereal, estes estilos passaram a ser chamados também de Darkwave. Por extensão, passou-se a chamar de Darkwave retroativamente a bandas dos anos 80 que tinham estilo semelhante e que na verdade influenciaram a Darkwave dos anos 90. Exemplos são bandas francesas como Opera Multi Steel, Collection D’arnel Andrea e as duas bandas Inglesas já citadas. Bandas que começaram fazendo uma New-Wave mais alternativa passaram a ser incluídas neste rótulo. Muitas bandas do estilo Ethereal também entram nessa classificação: Black Tape for a Blue Girl, Love Spirals Downsward, Lycia, Bel Am. etc, reclassificadas retroativamente: Cocteau Twins, Dead Can Dance, Dali’s Car, Opera Multi Steel, etc.

b) Em razão de bandas como Cocteau Twins terem sido lançadas pelo mesmo selo que Bauhaus, (4ad) e a pesquisa sonora e influências guardarem ligações com o que se fazia no Pós-Punk/Gótico (além de ter origens comuns), também acabou-se por usar o termo Darkwave para todo o Gótico que não fosse muito "Rock". Algo como uma "New-Wave mais obscura". (Sempre lembrando que New-Wave não se resume a "surf-rock colorido").
Assim, em alguns casos, Darkwave é usada quase como sinônimo de Gothic. Além disso, bandas como The Cure (principalmente de 81 a 83.) e Cocteau Twins, só para dar dois exemplos, na mesma época trabalhavam com sonoridades muito próximas e "ethéreis" (góticas na opinião de alguns).

c) Darkwave foi também o rótulo utilizado para bandas eletrônicas alemãs do começo da década de 90, mesmo que depois elas tenham enveredado por estilos que hoje recebem outras classificações. Exemplos: Project Pitchfork e Das Ich, no início das suas carreiras.

Esses três sentidos às vezes se complementam, às vezes se confundem. No sentido C, mas também nos A e B, o estilo acentua suas bases eletrônicas: Exemplos: Wolfsheim, Poesie Noire, Diorama, Diary of Dreams, etc.


9 - Gothic e Gothic-Rock
O Goth/Gothic se tornou muito mais que um gênero musical: uma subcultura e um estilo de vida que acabam caracterizando até outros gêneros musicais (desde que estes não sejam esteticamente – musical e liricamente - incoerentes com o que significa, no nosso contexto, Gótico).
Os primeiros usos "oficiais" do adjetivo Gothic foram ao final da década de 70 para bandas como Bauhaus, Joy Division e Siouxsie and The Banshees, que eram também chamadas de pós-punk. Mas as influências destas bandas não se resumiam ao punk. Aqui, bandas que depois seriam chamadas de Death-Rock ainda eram chamadas de Gothic-Rock ou Pós-Punk. Na verdade, a fronteira entre o Gothic-Rock e o Death-Rock é nebulosa, acontecendo uma "retro-influência". Exemplos: Alien Sex Fiend, The Sisters of Mercy, Love Like Blood, Siouxsie and The Banshees, Killing Joke, Inkubus Sukubus, Nosferatu, London After Midnight, The Ghost of Lemora, Paralysed Age, Audra, etc.
O Gótico continuou seu desenvolvimento ao longo dos anos 90 e no século 21, desenvolvendo cenas em todas as latitudes e longitudes. Bandas de estilos musicais não tipicamente rock também são consideradas Goth. Por isso elas podem também ser encontradas nos demais itens deste glossário.


10 - New Romantic
No começo dos anos 80, o estilo New-Romantic conviveu e influenciou muitas bandas chamadas Góticas, sendo que características do New-Romantic foram incorporadas a estética gótica.
O New-Romantic se caracterizava por uma espécie de "ultra-individualismo dandi", expressado por roupas super "chiques" (mas geralmente modernas) e por uma música hedonista e dançante. Os ícones eram David Bowie e Duran Duran. (Lembram do visual e do som destes dois no começo dos 80’s? Esta era a estética e música New Romantic).


11 - Death-Rock e Horror-Punk
O termo Death-Rock surge nos Estados Unidos aproximadamente em 1981 com a banda Christian Death. Depois, quando o termo Goth se firma na Inglaterra, (de 1982 a 1983, aproximadamente) Death-Rock passa a ser usado também lá para as bandas "Pós-punk/Góticas" mais "Punk-Góticas". Enfim, os góticos tendem a considerar a maioria delas, góticas também.
O Death-Rock pode ser visto tanto como uma cena à parte ou como uma parte do Gótico. Historicamente, seria o lado, do Gótico mais ligado ao Punk-Rock, e mais escrachado e irônico, decadente, circense e ligado a um clima de cabaré modernista (não que estas referências não estejam no Gótico em geral, mas no Death-Rock elas são muitas vezes exageradas e levadas ao extremo). Mas sem perder um certo tom existencial ou niilista.
Exemplos: Alien Sex Fiend, Sex Gang Children, Cristian Death, Cinema Strange, The Last Days of Jesus, Zombina and The Skeletones, Tragic Black, etc. Dentro do Death-Rock existem subdivisões e outras variantes que se aproximam mais do Gótico, se tornando difícil distinguir, ou, por outro lado, se afastam do Gótico, chegando até a um punk-hardcore de temática de Horror.
Entre elas está o "Horror-Punk", que seria o Death-Rock que se aproxima de uma sonoridade e atitude mais Hard-Core/Punk, e com temáticas que vão ainda mais radicalmente no "Horror-Cinema B". Exemplo: Misfits.


12 - Ethereal e Ethno
Nas subdivisões da Darkwave, temos o Ethereal, conhecido por suas melodias lentas e delicadas, e seu clima onírico. Pode ter base eletrônica ou acústica, se confundindo com o Ethno, se explorar ritmos ou melodias "Ethnicas", ou seja, músicas tradicionais de outras culturas (não-européias) ou folclóricas (européias).
Mas é importante lembrar que o Ethereal não é simplesmente música folclórica. De qualquer forma, ambos os estilos são dançantes. Influenciado pelas pesquisas de música erudita experimental do século XX, e seus resultados, como o Synth-Pop, Trip-Hop, Darkwave etc, Daí sua mistura de experimentalismo eletrônico e elementos Folk ou tribais. Exemplos: Cocteau Twins, Dead Can Dance, Lycia, Theodor Bastard, Bel Am, Collection D’Arnell Andrea, QNTAL, Love Spirals Downward, Kirlian Kamera, Attrition, This Ascension, Black Tape for a Blue Girl, etc.
Muitas bandas deste estilo são classificadas também, em outros contextos, como Medieval, World Music, New Age ou Dark-Ambient.


13 - Medieval
Algumas bandas Darkwave aprofundaram sua pesquisa de ritmos tribais e folclóricos do mundo inteiro, ou de música européia pré-clássica, (várias fases da música medieval) sem, todavia, deixar de lado a abordagem moderna e as bases ou experimentalismos eletrônicos.
Exemplos: QNTAL, Mediaeval Baebes, Estampie, Corvus Corax, Ataraxia, Arcana, Helium Vola, etc. Algumas bandas buscam fazer um som medieval "autêntico", enquanto outras buscam um som "para festas", dançante. Algumas são classificadas também como Darkwave ou Ethereal.


14 – Trip-Hop e Trip-Goth
A data "oficial" de batismo do Trip-Hop é 1995, quando jornalistas precisavam de um novo termo para nomear toda uma corrente de música eletrônica/pop experimental, especialmente a cena local das cidades Bristol e Portishead na Inglaterra.
1994 é o ano do emblemático álbum Dummy do Portishead, que traz todos os elementos básicos do estilo de forma bastante clara. Mas mesmo sem nome, o estilo está entre nós na virada para os anos 90. Por que o nome "Trip-Hop"?
A parte Hop vem de Hip-Hop, pois a maioria dos ritmos experimentais deste gênero tinha como base, alterações ou quebras no hip-hop (claro que há outras influências). A parte Trip vem do termo viajar (trip, em inglês) devido a forte influência de sons "viajantes" do Jazz experimental, Jazz-swing e Darkwave (às vezes, Ethereal). Outra influência é a de trilhas sonoras de filmes, especialmente os de base jazzística antigas.
(Veja a descrição completa no Texto Complementar: Trip-Hop)


15 - Synth-Pop
No final dos anos 60, as primeiras músicas feitas com sintetizadores começaram a ser lançadas. As experiências em música eletrônica, que estavam apenas na música erudita, começam a aparecer na música Pop. Por isso muitos dos primeiros a produzir música sintética eram indivíduos com formação erudita.
O experimentalismo eletrônico se espalha e se mistura com o Jazz e o Rock, como no caso do Krautrock (ver item 1). O uso de elementos eletrônicos minimalistas também foi elemento de constituição da Cold Wave (parte mais "robótica" do pós-punk), da New Wave e praticamente todos os estilos eletrônicos posteriores, como a EBM, DarkEletro, Eletro-Goth, Futurepop e outros.
(Por Kipper)

Uma das principais bandas que fizeram influência no Synth-pop antigo, foi Kraftwerk (1970), quando tocavam uma música algumas vezes desarmoniosa, porem inovativa, baseada em sintetizadores.
No fim dos 70's muitos artistas relacionados com esses meios apareceram, principalmente na Inglaterra, que usavam o sintetizador como seu instrumento principal. Entre eles: Ultravox, OMD, Gary Numan, e Human League.
(Por Daniel Calvo)


16 - Futurepop
Futurepop é um gênero recente (a partir de 1990). É uma subdivisão da EBM influenciada principalmente pelo Synth-pop e outros gêneros (techno, electro-goth, darkwave). Bandas de Futurepop são bandas de EBM que em tempos recentes começaram a fazer um som mais "pop". Comumente vê-se pessoas chamando futurepop de EBM, o que, realmente, não deixa de ser.
Em relação aos sintetizadores, existe uma notável influência do trance e do techno, nos vocais também (vocal quase sempre limpo, destacado e alto em relação à música em geral). O Termo futurepop foi usado pela primeira vez por Ronan Harris (VNV Nation) e Stephan Groth (Apoptygma Berzerk) tentando descrever melhor o som que faziam, que não se encaixava "perfeitamente" nas categorias já existentes.
Depois do gênero ter sido citado pela primeira vez, várias bandas começaram a compor sobre o gênero Futurepop. Algumas bandas relativamente conhecidas de Futurepop são: Icon of Coil, Apoptygma Berzerk, Covenant (recentemente), VNV Nation, Fortification 55, Assemblage 23, Funker Vogt e Melotron (algumas músicas). Algumas bandas de EBM pesado também possuem uma certa pitada de trance em suas músicas (Grendel, Suicide Commando no último cd).
(Por Daniel Calvo)

Artigo de Henrique Kipper (Exceto trechos creditados)